Nossa Senhora do Bom Sucesso, das Candeias, da Purificação

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A primeira etapa: concepção pela inteligência; segunda, geração; terceira, nascimento. Realizada essa etapa, pela lei do Antigo Testamento, as mães que tivessem uma criança deviam, logo que possível, ir ao Templo para apresentar o menino a Deus e se purificarem. Essa era uma regra que toda boa mãe israelita cumpria. Aliás, linda regra, na qual se espelha a santidade de Deus.

A criança nasce, nasce no meio de perigos. Toda gestação tem perigos. Mas, afinal, ela nasceu. Ó sucesso! Ó sucesso feliz! A mãe toma a criança e logo que ela, mãe, está melhor, que pode viajar e pode ir ao Templo, vai até o Templo e oferece a Deus aquele menino que é de Deus pois que Deus o criou, para que seja filho de Deus e viva para Deus. A antiga lei tornava isso obrigatório.

Nossa Senhora era superior à antiga lei. Deus não está sujeito à lei que Ele mesmo fez. O legislador é superior à lei, entra pelos olhos. Então, Ele não era obrigado a ir e Ela não era obrigada a levá-lo ao templo de Jerusalém. Mas Ela quis. Ela quis por respeito à lei, por respeito à tradição. Era uma lei que para Ela era apenas uma tradição, mas era uma tradição. E amando esse conceito de tradição que é a primeira palavra de nosso estandarte rubro e áureo ( o estandarte da TFP ), animada pelo intensíssimo amor de Deus que Ela tinha, leva a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade ao Templo de Jerusalém.

Episódio único na história do Templo, é o próprio Deus encarnado que entra no Templo. Valeria a pena construir um Templo mil vezes mais esplêndido do que aquele para que ali entrasse Deus encarnado. Era a hora máxima, a hora santa, a hora perfeita. Pode-se dizer que nesse momento os Anjos todos encheram o templo e se puseram a cantar. Ela entrou. Mas… mas… ninguém notou. Ninguém ouviu os Anjos. A decadência religiosa do povo eleito era enorme. Aquilo estava cheio de barracas com gente fazendo comerciata de toda a ordem; os sacerdotes eram já ou eram próximos precursores daqueles que haveriam de trabalhar para a crucifixão dEle.

Tudo estava em ruína. O autor de todas as coisas entra naquelas ruínas espirituais. E aqueles homens de ruína não O perceberam. Ela cumpre o rito da apresentação e um profeta, Simeão, que era o profeta indicado por Deus para isso, atua para purificá-la, quer dizer, faz o rito com ela e recebendo o Menino nos braços, tem aquele cântico que começa assim, em latim: “Nunc dimittis servum tuum, Domine, secundum verbum tuum in pace, quia viderunt oculi mei salutare tuum”…. — “Agora, Senhor; deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra, porque os meus olhos viram a vossa salvação”… (Lc 2, 29-30).

Ela ouve encantada aquele homem velho, mas que parecia amarrado à vida por uma promessa que não se tinha cumprido: a promessa de Deus de que ele veria o Messias antes de morrer. Aquele homem vê o Messias chegar e canta: “Senhor, agora levai…”. E prevê o futuro daquele Menino, prevê a glória, prevê a cruz. Diz: “(…) Eis que este (Menino) está posto para ruína e para ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo da contradição. E uma espada transpassará a tua alma, a fim de se descobrirem os pensamentos escondidos nos corações de muitos” (Lc 2, 34-35).

 Tu serás pedra de escândalo para que se revelem de muitas almas as cogitações. Mas ao mesmo tempo aclama e diz que Ele é o “Lumen ad revelationem gentium et gloriam plebis tuae Israel”—“luz para iluminar as nações, e glória de Israel, teu povo” (Lc 2, 32). Tudo acumulado. E uma profetiza, Ana, também canta as glórias dEle. Dois, por inspiração divina, sabem o que até então só São José e Ela sabiam: que aquele era o Filho de Deus.

O que significa aí o comemorar o bom sucesso? Qual era o bom sucesso? O que é o sucesso? Quando é que há um sucesso?

Pode dizer que olhar daqui para o fundo e ver aquela porta é um sucesso? Não, o sucesso é um bom sucesso, é um sucesso digno de nota, quando se origina de algo que pede cuidado, empenho, dedicação, pede esforço, e dá seu resultado. O sucesso é filho do esforço, da dedicação e do heroísmo. Aí é que há o bom sucesso. Nossa Senhora leva ao Templo aquEle que é a prova de que a gestação fora perfeita. Ali estava o Filho de Deus.

Nossa Senhora do Bom Sucesso. Nossa Senhora do Bom Sucesso no sentido mais largo da palavra, quer dizer, de todos aqueles que estão entregues a uma tarefa árdua, que tem uma responsabilidade grande, que tem uma série de coisas difíceis a fazer para chegarem àquele resultado. Ela é padroeira de todos aqueles que procuram um bom sucesso para o serviço da causa dEla.

Como merece ser chamado de bom sucesso o sucesso daqueles que, nas trevas da noite do neopaganismo de nossos dias, trabalham para que nasça o sol do Reino de Maria. Não será Nossa Senhora do Bom Sucesso uma padroeira muito felizmente indicada para a hora em que o Reino de Maria, afinal, nasça na Terra?

E filhos indignos mas amorosos, transidos de enlevo da Santíssima Virgem, quando raiar a luz do Reino de Maria, não poderemos dizer a Ela: “Senhora, nós vos apresentamos o mundo que Vós iluminais com a luz de vosso reino, é o nosso sucesso, é o vosso sucesso! Vós fizestes tudo, a começar por nos fazer a nós”? Quando um de nós, menino ainda, foi levado às fontes batismais, que mérito tinha para isto? Que graça teve senão vossas orações? Que gratuidade assombrosa a desse dom! Às vezes, às vezes, quantos pecados antes da pessoa ouvir na alma esse chamado. Nossa Senhora passa por cima dos pecados, afasta os pecados: “Meu filho, arrepende-te e eu te levo!” Ela nos fez, neste sentido da palavra, — mas muito antes disso — Ela nos fez, quer dizer, nos obteve a graça que nos levou a sermos batizados numa ou noutra circunstância. Mas quem obteve a graça para o gênero humano senão o Filho que Ela gerou?

Ele é o autor da graça e a fonte da graça. Se Ele não tivesse morrido na Cruz, nós não teríamos a graça. Essa torrente de graças que jorra sobre o mundo, abriu-se para os homens no momento em que Ele morreu. Mas, essa graça, de algum modo começou a estar presente no mundo no momento em que Ela disse: Fiat mihi secundum verbum tuum — Faça-se em mim, segundo a tua palavra. E jorrou sobre o mundo no momento em que o Padre Eterno, pedindo o consentimento dela para que Nosso Senhor Jesus Cristo morresse na Cruz, obteve dEla essa coisa sublimemente terrível: “Morra então Ele, por amor ao gênero humano, e para que se faça a Vossa vontade”.

Então, é razoável que nós pensemos naqueles acontecimentos previstos por Nossa Senhora em Fátima, ou mesmo nas profecias de Nossa Senhora do Bom Sucesso. A luta ideológica contra a Revolução é uma lenta batalha, lenta, terrível… Os Srs. todos em proporções maiores ou menores já tiveram ocasião de lutar contra a Revolução. Todos os que estamos aqui trabalhando a favor da Contra-Revolução, em última análise, estamos trabalhando para que nasça o sol do Reino de Maria sobre o mundo. É algo vagamente parecido com uma geração. E o Reino de Maria se parecerá admiravelmente com um bom sucesso, um magnífico sucesso!

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