“Teu modo de falar te dá a conhecer”

Continuação do artigo: Palavrão não condiz com a imagem de um bom católico, pelo padre David Francisquini.

É claro que, para os palavrões constituírem pecado, é necessário que sejam proferidos com pleno conhecimento e pleno consentimento. A raiva ou um grande aborrecimento diminuem a responsabilidade moral e a gravidade da falta, porque tornam mais difícil conter o fluxo de palavras grosseiras que vêm à mente. Mas isso não ocorre se a pessoa se habituou a jamais proferir palavrões e a usar sempre uma linguagem respeitosa e elevada.

Leia o restante desse artigo. »

8 razões para abandonar os palavrões

8 razões para abandonar os palavrões

Guilherme Martins

 

Há muitas razões para se abandonar o uso de palavrões.

Usar linguagem polida é uma questão de caridade. Xingatórios e palavrões, para além da brutalidade que demonstram com relação ao próximo, ofendem a Deus.

Os palavrões são como vírus. Espalharam-se praticamente por toda parte: TV, filmes, música, livros e conversas diárias.

Como acontece com todo mau hábito, pode não ser fácil deixá-los.

Oferecemos em seguida oito razões decisivas para se abandonar o mau hábito e parar de xingar[1].

  1. Homens de verdade não xingam 

 

Homens de verdade sabem que a vulgaridade não é alimento digno para o caráter e a virtude. Portanto, não xingam.

Santa Joana d’Arc, a santa virgem heroína, perseguia com severidade os soldados que xingavam e blasfemavam.

Simon Beaucroix, nobre senhor que a seguiu em várias expedições, declarou no processo de reabilitação da santa:

Ela tinha horror dos palavrões e das blasfêmias, e repreendia com firmeza os que neles incidiam.

  1. Os xingamentos nos degradam

Uma linguagem chula, recheada de palavrões e maledicências, é algo vulgar, indecente e irreverente. O uso constante de tal linguagem nos rebaixa e mina o respeito mútuo.

Um professor, por exemplo, que utiliza termos assim impróprios em sua aula, demonstra ausência de respeito pelos alunos, falta de auto-controle, e irreverência incompatível com sua posição profissional.

Alguém poderia objetar: “alguns palavrões apenas não vão ferir ninguém, não é mesmo?”.

ERRADO!

Como dizia o autor francês Paul Bourget,

“é preciso vivermos de acordo com aquilo que pensamos; sob pena de, cedo ou tarde, acabarmos por adaptar nossa vida ao novo modo de pensar”[2].

Em outras palavras, quando usamos uma linguagem suja, abrimos a porta de nossa mentalidade para pensamentos sujos e para comportamentos coerentes com eles.

  1. O palavrão prejudica a civilização

A arte da conversação é um dos mais importantes traços da civilização.

Uma conversa elevada distingue a verdadeira civilização do barbarismo. Quando cada palavra é usada em seu lugar devido, as relações humanas tornam-se cultivadas e elevadas. Não há nada mais inspirador do que uma conversa elevada.

Os palavrões, entretanto, causam grande estrago na boa conversa. Eles atiram as relações humanas à lama da vulgaridade e da banalidade. São, por isso, rudes e brutalizantes.

São Francisco de Sales nos ensina como lidar com alguém de boca suja:

“Mostre-lhe seu desagrado, dando-lhe as costas, ou por qualquer outro método que sua discrição lhe indique”.

  1. O palavrão nos torna insensíveis

Quanto mais ouvimos palavras chulas, mais nos vamos acostumando a elas.

Quando os filmes começaram a introduzir os palavrões, muitas pessoas não gostaram. Porém, depois de certo tempo, a resistência foi diminuindo.

A rejeição aos xingatórios foi baixando a guarda, e com o passar do tempo o próprio senso de bem e mal foi se apagando.

Sempre que deixamos de rejeitar explicitamente algo que é errado, implicitamente tendemos a aceitá-lo. Em consequência, o inaceitável se torna aceitável. E a barreira da decência desfaz-se mais e mais.

  1. O palavrão semeia o mal exemplo

Para o bem ou para o mal, o exemplo que damos através de nosso modo de falar é notado e imitado. As palavras que usamos causam um impacto em nossos próximos. Nosso exemplo tem caráter educativo.

As palavras que usamos educam. Estamos constantemente imitando ou sendo imitados. Esse intercâmbio de influência tem ainda maior peso sobre as crianças.

As ‘estrelas’ de Hollywood, ou os youtubers mais ‘badalados’ pela mídia, produzem um fluxo constante de lixo verbal cujo objetivo é louvar e normalizar a linguagem vulgar.

Se queremos reerguer nossa cultura da lama, um bom começo é parar de xingar.

  1. Os palavrões multiplicam a pobreza verbal e mental

Nossa língua, com mais de 400.000 vocábulos, é incrivelmente rica. Palavras de todo tipo e alcance estão a nossa disposição para nos ajudar a formatar ideias cheias de sentido e propósito.

Nosso vocabulário, porém, está se degradando. Até mesmo nos meios cultos, estudantes universitários usam frequentemente o mesmo palavrão para descrever alegria, raiva, surpresa, acordo ou desacordo.

Como resultado, a fala se torna sem sentido. E a mente – aspecto o mais nobre no homem – se empobrece.

Como diz um ditado irlandês: “Os palavrões são a ignorância tornada audível”.

  1. A linguagem chula é conatural com o pecado

As paixões desordenadas do homem acolhem satisfeitas a vulgaridade. Indivíduos ímpios, quando confrontados ou desafiados, frequentemente se saem com a mesma resposta: palavrões e insultos vulgares.

Essa é a linguagem dos movimentos que promovem o pecado!

  1. O palavrão não é agradável a Deus

As Sagradas Escrituras enfrentam com clareza o problema da linguagem obscena e vulgar:

Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado (Mt 12, 36-37).

Lemos no Livro dos Provérbios:

A boca do justo produz sabedoria, mas a língua perversa será arrancada. Os lábios do justo sabem dizer o que é agradável; a boca dos maus, o que é mau (Pr. 10, 31-32).

E o Eclesiástico acrescenta:

Muitos homens morreram a fio de espada, mas não tantos quantos os que pereceram por causa da língua (Eclo. 28,22).

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[1] Tradução e adaptação deste original.

[2] Frase original: “Il faut vivre comme on pense, sinon, tôt ou tard, on finit par penser comme on a vécu”. Disponível aqui, à página 375.

Convite – Marcha contra o aborto

CONVITE

Na cidade do Rio de Janeiro, ocorrerá a 1ª Caminhada em Defesa da Vida, por um Brasil sem Aborto.

Será no próximo sábado (dia 5 de outubro) no centro da cidade. A marcha terá início às 9 horas da manhã, frente à Igreja da Candelária, e será encerrada com um ato público na Cinelândia.

O evento visa fazer uma manifestação contra o aborto, em defesa do nascituro — agora especialmente ameaçado pela recente aprovação, pelo governo Dilma Rousseff, de uma lei que favorece ainda mais prática abortiva.

Não perca essa oportunidade de participar da PRIMEIRA marcha em defesa da vida inocente na capital fluminense. Lembre-se que a gigantesca March for Life (que se transcorre todos os anos em Washington) iniciou-se em 1972 com poucas pessoas e atualmente conta com quase 500 mil manifestantes!

“lei da homofobia”

Parabéns! Os defensores da “lei da homofobia” sentiram o peso de seu protesto e decidiram adiar a votação!
12, maio, 2011

Daniel F.S. Martins

A senadora Marta Suplicy decidiu retirar o projeto da pauta de votação de hoje (dia 12/05), para “aprofundar a discussão”.

Em outras palavras: a reação foi vigorosa, e os defensores da lei de perseguição religiosa (PLC122/2006) preferiram não arriscar.

Isso prova a importância de ficarmos alertas e reagirmos!

A agenda homossexual está tentando todos os meios de se IMPOR.

Todas as pesquisas mostram como a população é maciçamente contrária à prática homossexual. Mas muito além disso, é uma prática completamente oposta à lei de Deus. É um pecado que, conforme ensina a doutrina católica “brada aos Céus e clama a Deus por vingança”.

Isto é, se o Brasil como Nação aceitar que essa prática seja implantada, atrairá sobre si os castigos de Deus.

Parabéns a todos que reagiram. E fiquemos ainda mais alertas. Informaremos sobre os próximos passos desta nobre batalha. Lembremos do que disse São Pedro:

O vosso adversário, o diabo, anda em derredor como um leão que ruge, procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na fé .” ( I Pe 4,8-9)

http://www.ipco.org.br/home/noticias/parabens-os-defensores-da-lei-da-homofobia-sentiram-o-peso-de-seu-protesto-e-decidiram-adiar-a-votacao#comments

Desconstrução da heteronormatividade ( para não dizer destruição da família)

Após a eleição de Dilma Rousseff, houve notícias tristes, mas não surpreendentes. Os últimos dias do governo Lula destacaram-se por uma série de medidas em favor do homossexualismo. No ministério composto por Dilma, encontramos a defesa da descriminalização do aborto e do uso de drogas, assim como o combate à “homofobia”. Em 6 de janeiro de 2011, foi publicado no Diário Oficial da União a resolução 1957/2010 do Conselho Federal de Medicina, que estendeu a duplas homossexuais o direito à “reprodução assistida”[1]. O Ministério do Turismo prevê neste ano um incentivo ao turismo homossexual, baseado em um acordo assinado entre Abrat GLS (Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes) e a Embratur em 21/10/2010[2].

Em 21/10/2009, o presidente Lula presenteou os brasileiros com Decreto 7037/2009, que aprovou o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3)[3]. No programa constava explicitamente “apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos” (Eixo orientador IV, diretriz 9, objetivo estratégico III ação programática g). Atendendo a protestos, em 12/05/2010 Lula resolveu suavizar o texto, com o decreto 7170/2010: “considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde”. O conteúdo permaneceu o mesmo, embora velado, pois toda vez que o governo se refere ao aborto como tema de “saúde pública” não se refere à saúde do bebê em gestação, mas à saúde da gestante que sofre danos em razão de abortos “mal feitos”. Permanece portanto, o propósito de descriminalizar o aborto e praticá-lo no SUS.

O mesmo decreto 7170/2010 resolveu recuar (ao menos, por enquanto), no propósito de “desenvolver mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União” (Eixo orientador III, diretriz 10, objetivo estratégico VI ,ação programática c).

No entanto, o PNDH-3 permaneceu intacto em seu propósito de “apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo” e “promover ações voltadas à garantia do direito de adoção por casais homoafetivos” (Eixo orientador III, diretriz 10, objetivo estratégico V, ações programáticas b, c), bem como de “garantir os direitos trabalhistas e previdenciários de profissionais do sexo por meio da regulamentação de sua profissão” (Eixo Orientador III, diretriz 7, objetivo estratégico VI, ação programática n). O propósito do PNDH-3 em relação à família resume-se no seguinte: “reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares (sic) constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, com base na desconstrução da heteronormatividade (sic)” (Eixo orientador III, diretriz 10, objetivo estratégico V, ação programática d).

Em vez de destruir, “desconstruir”. “Heteronormatividade” é a regra, absurda para o governo, segundo a qual homens só se casam com mulheres, e mulheres só se casam com homens. É preciso destruir (ou “desconstruir”) essa regra, reconhecendo outras formas de família, o que significa, na verdade, destruir a família natural. A família assim deixa de ser o “santuário da vida”[4] e passa a designar qualquer aglomerado de pessoas (no futuro, também animais?), com qualquer tipo de comportamento sexual (incluindo a pedofilia?), orientado ou não à procriação. A vida deixa de ser sagrada, para ser o produto do encontro casual de um macho e uma fêmea da espécie humana. A promoção do aborto é coerente com a defesa da desestruturação da família. Ambas são bandeiras de nosso governo petista.

Mais de R$ 300 milhões contra a “homofobia”

Segundo Lula, homofobia é uma “doença perversa”[5] que leva os brasileiros a não aceitarem com naturalidade o vício contra a natureza. Segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, 99% dos brasileiros maiores de 16 anos têm essa “doença”[6]. Os sintomas são vários: desde franzir a testa diante das obscenidades de uma Parada Gay até não admitir um candidato homossexual em um seminário ou casa religiosa. Em 23 de novembro de 2010, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado aprovou uma emenda ao orçamento de R$ 302,8 milhões para iniciativas de apoio à “prevenção e combate à homofobia”[7].

Criação do Conselho Nacional de Combate à Discriminação

Para combater os 99% dos brasileiros doentes de “homofobia”, em 9 de novembro de 2010, o presidente Lula criou, por meio do decreto 7388/2010, um Conselho Nacional de Combate à Discriminação[8], composto apenas pela elite daquele um por cento que não tem essa doença. Sua finalidade é “formular e propor diretrizes de ação governamental, em âmbito nacional, voltadas para o combate à discriminação e para a promoção e defesa dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT” (art. 1º, decreto 7388/2010).

Benefícios previdenciários para duplas homossexuais

Em 9 de dezembro de 2010, o Ministério da Previdência Social assinou a Portaria 513/2010[9], que passa a enquadrar as duplas homossexuais no conceito de “união estável” para fins previdenciários. Sem dúvida, mais um passo em direção ao reconhecimento do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo.

“Kit gay” para crianças e adolescentes nas escolas

O Ministério da Educação e Cultura pretende forçar as escolas a corromper os adolescentes, apresentando a conduta homossexual como aceitável e a conduta “homofóbica” como abominável. Para este fim, foi produzido um “kit de material educativo [?] composto de vídeos, boletins e cartilhas com abordagem do universo de adolescentes homossexuais que será distribuída para 6 mil escolas da rede pública”.

Parte do material foi exibido em 23 de novembro de 2010 na Comissão de Legislação

Participativa da Câmara dos Deputados, durante o seminário “Escola sem Homofobia”. O vídeo “Encontrando Bianca” apresenta um jovem de 15 anos, chamado José Ricardo, que insiste em se vestir de menina e ser chamado de Bianca. Ele aparece como vítima de perseguições “homofóbicas” e sofre dilema no momento de escolher o banheiro feminino em vez do masculino. A versão feminina da peça audiovisual mostra duas meninas “namorando”. Os produtores ficaram três meses discutindo sobre até onde deveria entrar a língua na cena do beijo lésbico[10].

Ministra Iriny defende o direito de a mulher “decidir”

Iriny Lopes, petista, escolhida por Dilma para ocupar o cargo de ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, declarou à Folha de São Paulo: “não vejo como obrigar alguém a ter um filho que ela não se sente em condições de ter. […] Ninguém defende o aborto, trata-se de respeitar uma decisão que, individualmente, a mulher venha a tomar”. No 3º Congresso Nacional do PT, em 2007, Iriny havia defendido a proposta de descriminalização do aborto, que se transformou em resolução do Partido[11].

Ministra Maria do Rosário promete cumprir PNDH-3
Maria do Rosário, petista, nomeada ministra da Secretaria de Direitos Humanos, em seu discurso de posse de 3 de janeiro de 2011, prometeu cumprir as metas do PNDH-3 e combater a “homofobia”[12].

Ministro Cardozo quer discutir descriminalização do uso de drogras
Em 5 de janeiro de 2011, o novo Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso declarou que é favorável a uma discussão pública sobre a descriminalização do uso de drogas. Para ele, o assunto “precisa ser colocado para a sociedade”[13].
PLC 122/2006: a incriminação da “homofobia”
Para o governo, opor-se ao homossexualismo não é apenas uma “doença perversa” que precisa ser curada, nem somente uma falta de educação que deve ser remediada com vídeos (des)educativos. O sonho do governo é transformar a “homofobia” em crime, instaurando o terror sobre a esmagadora maioria dos brasileiros ditos “homofóbicos”. É isso o que pretende o PLC 122/2006, que o PT lamenta não ter conseguido aprovar até o final de 2010. É possível desarquivar o projeto, caso haja o requerimento de um terço dos senadores. Uma vez desarquivado, o PLC 122/2006 poderá continuar a tramitar pelo Senado.

Conclusão

O Brasil ainda não tem a eutanásia da Holanda, o “casamento” de homossexuais da Espanha nem o aborto dos Estados Unidos. Embora haja países mais moralmente corrompidos que o nosso, o governo brasileiro se destaca, desde a ascensão do PT em 2003, por uma campanha ininterrupta e onipresente em favor da corrupção das crianças, da destruição da família e da dessacralização da vida. Para nossa vergonha, é difícil imaginar, em todo o planeta, um governo que mais tenha investido na construção da cultura da morte.

Anápolis, 11 de janeiro de 2011
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
Telefax: 55+62+3321-0900
Caixa Postal 456
75024-970 Anápolis GO
http://www.providaanapolis.org.br
“Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto”

Vide em http://www.ipco.org.br/home/

AIDS E PRESERVATIVO-2-

Agradecemos o esforço do amigo de nosso blog, Sr. Vladimir Lachance que traduziu o trabalho do Pe. Michel Schooyans que haviamos publicado em espanhol.

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A Aids e o Preservativo*
Por Monsenhor Michel Schooyans, PhD, PhLD, STD

A qualificação moral do uso do preservativo é um problema de honestidade científica e de moral natural. A Igreja tem não somente o direito, mas também o dever de pronunciar-se sobre este tema.

A Aids e o Preservativo

É bem conhecido que algumas pessoas contraíram a AIDS sem ter tido a menor responsabilidade moral. Esta enfermidade pode ter sido transmitida por causa de uma transfusão de sangue, um erro médico ou devido a outros contatos acidentais. Há também membros das equipes médicas que tratam dos soropositivos e que contraem o mal ao dedicar-se a estes [enfermos].
Estes não são os casos que examinaremos aqui. Nos ocuparemos das declarações formuladas nestes últimos anos e emitidas por diversas personalidades conhecidas no mundo acadêmico e/ou eclesiástico, na maioria dos casos moralistas e padres. Os chamaremos ‘dignitários’. Nos absteremos de citá-los pelo nome para evitar personalizar o debate e para concentrar nossa atenção sobre a discussão moral.

Desconcerto e confusão

Referindo-se ao uso do preservativo em caso de AIDS, estas declarações têm semeado uma confusão profunda na opinião pública e na Igreja. Elas costumam vir, com frequência, acompanhadas de palavras surpreendentes relativas à pessoa e à função do Papa, como à autoridade da Igreja. Se encontram também seguidas pelos habituais cadernos de queixas no que diz respeito à moral sexual, ao celibato, à homossexualidade, à ordenação das mulheres, à comunhão dada aos divorciados “recasados” e aos que realizam aborto, etc. Enfim, uma oportunidade como outras para globalizar os problemas…
Estes dignitários têm-se expressado com indubitável complacência dos meios de comunicação voltados ao grande público. Ali se expressaram a favor do uso do preservativo no caso de risco de contaminação do parceiro saudável por AIDS. A Igreja deveria, segundo eles, mudar sua posição a este respeito.
Estas declarações provocam muita confusão na opinião pública; fazem os fiéis duvidar, dividem os sacerdotes, debilitam o episcopado, desacreditam o corpo cardinalício, corroem o magistério da Igreja e enfrentam diretamente ao Santo Padre. Outras [declarações], no presente retiradas ou mortas, haviam já causado revolta nestes domínios. Sem embargo, hoje estas declarações têm causado consternação porque as pessoas esperam maior prudência, rigor moral, teológico – e também no que diz respeito à disciplina – da parte destes dignitários. Influenciados pelas ideias da moda em alguns meios, estes dignitários se esforçam em “justificar” o uso do preservativo armando uma argumentação sustentada na ideia do mal menor ou do duplo efeito.
Um destes dignitários até chegou a fazer do uso do preservativo um dever moral se realmente se quer evitar transgredir ao V mandamento. Com efeito, segundo seu argumento, se uma pessoa infectada com AIDS rechaça praticar a abstinência, deve proteger a sua parceira, e o único meio de fazê-lo, neste caso, é recorrer ao preservativo.
Não obstante, semelhantes declarações sem dúvida causam perplexidade e revelam um conhecimento incompleto e parcial da moral mais natural e em particular da moral cristã. Sua maneira de apresentar as coisas é, no mínimo, surpreendente.

Um problema de moral natural

Palavras reconfortantes, mas mentirosas

A argumentação dos dignitários a respeito do preservativo é de um simplismo inesperado, e com muito gosto recomendaríamos aos interessados que tomassem conhecimento de estudos científicos e clínicos que têm grande rigor antes de repetir continuamente e acreditar nas histórias desmentidas há tempos por qualquer associação de consumidores.
Como silenciar que o efeito de contenção que o preservativo parece ter é amplamente ilusório? É amplamente ilusório na medida em que o preservativo é mecanicamente frágil, em que incita à multiplicação de parceiros, em que favorece a variedade das experiências sexuais e em que, por todas estas razões, aumenta os riscos em lugar de diminuí-los.
A única prevenção realmente eficaz deve ser alcançada pela renúncia aos comportamentos de risco e na fidelidade. Deste ponto de vista, a qualificação moral do uso do preservativo é um problema de honestidade científica e de moral natural. A Igreja tem não somente o direito, mas também o dever de pronunciar-se sobre este tema.

“A falha é a morte segura”

Agora bem, as intervenções dos dignitários evitam mencionar estudos recentes de um valor científico incontestável, como o do Dr. Jacques Suaudeau. À incapacidade de estarem informados dos estudos recentes, os autores poderiam ao menos ter em conta as advertências anteriores, provindas elas também das mais altas autoridades científicas. Em 1996, por exemplo, se lê no informe do professor Henri Lestradet, da Academia Nacional de Medicina (Paris):
“Convém […] destacar que o preservativo foi inicialmente preconizado como meio anticonceptivo. Agora bem, a taxa de fracasso varia na opinião geral entre 5 a 12% por parceira e por ano de utilização. A priori, […] não se entende como o HIV, quinhentas vezes menos volumoso que um espermatozoide, poderia ter uma taxa de fracasso inferior. Não obstante, há uma enorme diferença entre estas duas situações. Com efeito, quando como meio anticonceptivo o preservativo não é perfeitamente eficaz, o fracasso tem como consequência o desenvolvimento de uma nova vida; enquanto que com o HIV, o fracasso é a morte segura.”
Considerando então os casos de soropositivos, o mesmo informe assinala que:
“A única atitude responsável da parte de um homem soropositivo é na realidade abster-se de toda relação sexual, protegida ou não. […] Se então se projeta uma relação estável entre os parceiros, as recomendações deveriam ser as seguintes: fazer, cada um, 1 teste de diagnóstico precoce, repeti-lo três meses mais tarde e neste intervalo abster-se de toda relação sexual (com ou sem preservativo). Logo, privilegiar a fidelidade recíproca.”
Os dignitários, autores das declarações que analisamos, fariam bem em prestar atenção a uma conclusão dramática do estudo médico que citamos:
“A afirmação mil vezes proclamada (pelos responsáveis de saúde, pelo Conselho Superior da AIDS e pelas associações de luta contra a Aids), da segurança total e em todas as circunstancias pelo preservativo, está, sem sombra de dúvida, na origem de muitas contaminações das quais se negam a encontrar a causa.”
Têm sido executadas campanhas internacionais nas sociedades “expostas” a AIDS, para inundá-las de preservativos. Autoridades religiosas foram convidadas para dar seu eminente patrocínio. Agora, apesar destas campanhas, e provavelmente por causa destas campanhas, são regularmente observados progressos da pandemia.
Em julho de 2004, uma das maiores autoridades mundiais em matéria de AIDS, o médico belga Jean-Louis Lamboray, renunciou ao Programa das Nações Unidas contra a AIDS (ONUSIDA). Justificava sua demissão devido ao “fracasso das políticas para frear a propagação desta enfermidade.” Estas políticas têm fracassado porque o “ONUSIDA esqueceu que as verdadeiras medidas preventivas se decidem nas casas das pessoas e não nos escritórios dos experts”. Antes de lançar declarações definitivas, os dignitários poderiam recordar o que declarava um médico muito midiático e pouco suspeito de simpatia pelas posições da Igreja. Aqui está o que escrevia em 1989 o falecido professor Léon Schwartzenberg:
“[…] Sem dúvida, serão principalmente os jovens os propagadores [da Aids]; agora veja, eles não são absolutamente conscientes do drama da Aids, que para eles é uma enfermidade de velhos. Eles são confirmados nesta convicção pela atitude da classe política, muito mais velha que eles e que organiza uma propaganda débil: a publicidade oficial em favor dos preservativos parece ser feita por gente que não os utiliza jamais, e direcionada para gente que não quer utilizá-los”.
Os ouvintes, leitores e telespectadores não podem crer tão ingenuamente nas declarações imprudentes que lhes dirigem os dignitários, sem arriscar-se a, como eles, ver-se acusados cedo ou tarde de estar “na origem de grande número de contaminações”.

Um problema de moral cristã

Ademais, é enganoso afirmar que a Igreja não tem ensinamento oficial sobre a AIDS e o preservativo. Mesmo se o Papa evita sistematicamente utilizar esta última palavra, os problemas morais suscitados pelo uso do preservativo são abordados em todos os grandes ensinamentos relativos às relações conjugais e aos fins do matrimônio. Quando se trata a AIDS e o preservativo à luz da moral católica, há que se recordar e ter presente que esta [moral] comporta pontos essenciais: a união carnal deve ser feita no contexto do matrimônio monogâmico entre homem e mulher; a fidelidade conjugal é o melhor resguardo contra as enfermidades sexualmente transmissíveis e a AIDS; a união conjugal deve estar aberta à vida, ao que deve ser adicionado o respeito à vida do outro.

Cônjuges ou parceiros?

Resulta que a Igreja não tem que pregar uma moral da parceria sexual. Ela deve ensinar e ensina uma moral conjugal e familiar. Ela se dirige aos esposos, aos parceiros unidos sacramentalmente no matrimônio, que é monogâmico e heterossexual. As declarações divulgadas a propósito do preservativo pelos dignitários concernem aos parceiros, os quais mantêm relações pré ou extramatrimoniais, momentâneas ou contínuas, heterossexuais, homossexuais, lésbicas, sodomíticas, etc. Não se vê porque a Igreja e, menos ainda, qualquer dos dignitários investidos de autoridade magisterial, deveriam, sob o risco de escandalizar, vir em auxílio da vadiagem sexual e administrar os pecados daqueles que, na maioria dos casos, burlam completamente, na prática e com frequência na teoria, a moral católica. “Pecai, irmãos, mas de maneira segura!” Em lugar do “Safe Sex” (sexo seguro), eis aqui o “Safe Sin” (pecado seguro)!
A Igreja e seus dignitários não têm – em absoluto – por missão explicar como fazer para que alguém peque confortavelmente. Abusariam de sua autoridade se então se pusessem a prodigalizar conselhos sobre a maneira de praticar um divórcio, já que a Igreja considera que o divórcio é sempre mal. É mesmo endurecer o pecador, isto de ensinar-lhe como ele deveria atuar para escapar das consequências indesejáveis de seu pecado.
De onde a pergunta: é admissível que estes dignitários, normalmente guardiões da doutrina, ocultem as exigências da moral natural e da moral evangélica, e que não lancem mais um chamado para a mudança de comportamento?
É inadmissível e irresponsável que estes dignitários deem sua aprovação à ideia do sexo seguro, utilizada para dar tranquilidade aos usuários do preservativo, enquanto que se sabe que esta expressão é mentirosa e conduz ao abismo. Estes nobres dignitários deveriam, portanto, perguntar-se se eles não incitam somente a desprezar o VI mandamento de Deus, mas também a escarnecer o V mandamento, “Não matarás”. A falsa segurança oferecida pelo preservativo, longe de reduzir os riscos de contaminação, os multiplica. A censura de não honrar o V mandamento se volta contra os mesmos que a dirigiam aos parceiros que não fazem uso do preservativo1.
A argumentação invocada no intento de “justificar” o uso “profilático” do preservativo é assim reduzida a nada, tanto com relação à moral natural como à moral cristã.
Provavelmente teria sido mais simples dizer que se os cônjuges se amam de verdade, e se um deles é atacado pela cólera, pela peste bubônica, ou pela tuberculose pulmonar, se absteriam de contatos para evitar o contágio.

Objetivo: uma nova Revolução Cultural

Um erro de método

No início desta análise, assinalamos que os dignitários que preconizam o preservativo associam frequentemente ao seu discurso outras causas além daquelas das “parcerias” sexuais públicas e organizadas. De fato, utilizam (estas causas) em especial neste caso, para questionar todo o ensinamento da Igreja sobre a sexualidade humana, sobre o matrimônio – logo sobre a família -, também sobre a sociedade, finalmente sobre a Igreja mesmo. É o que explica em parte a quase total ausência de interesse destes dignitários pelas conclusões científicas e os dados da moral natural. Estas são, sem embargo, as conclusões e os dados que os dignitários deveriam levar em conta no momento de fazer considerações sobre a moral cristã. Eles querem mesmo revolucionar a dogmática cristã, pois se reservam ao direito de apelar a suas próprias opiniões para convocar toda a instituição eclesial a uma reforma suscetível de endossar a moral e a dogmática [do modo que eles a concebem]. Intentam assim participar, em seu âmbito, desta nova revolução cultural que analisamos em outro capítulo deste livro.
Sem embargo, estes dignitários cometeram – desde o ponto de partida – um erro de método, ao desprezar dados essenciais do problema que pretendem tratar, e [por isto] se colocaram num caminho escorregadio. A partir de premissas falsas só se pode chegar a conclusões falsas. É fácil ver para onde conduzem as considerações erráticas dos dignitários implicados. Podemos resumi-las em três sofismas desmontáveis por qualquer estudante secundário.

Três Sofismas

PRIMEIRO SOFISMA
Maior: Não utilizar o preservativo favorece a Aids.
Menor: Favorecer a Aids é favorecer a morte.
Conclusão: Portanto, não utilizar o preservativo é favorecer a morte.
Comentário: Este raciocínio retorcido se baseia na idéia de que proteger-se é utilizar o preservativo. Os parceiros sexuais podem ser vários. A fidelidade nem sequer é considerada. Supostos irresistíveis os impulsos sexuais e impossível a fidelidade conjugal, o único meio para não contrair a Aids é fazer uso do preservativo.

SEGUNDO SOFISMA
Maior: O preservativo é a única proteção contra a Aids.
Menor: A Igreja é contra o preservativo.
Conclusão: Portanto, a Igreja favorece a Aids.
Comentário: Este pseudo-silogismo se baseia numa asserção abusiva enunciada na Maior, a saber, que o preservativo é a única proteção contra a Aids. Estamos em presença de uma petição de princípio1. Aqui se trata de um raciocínio falaz, onde a primeira premissa sendo apresentada como incontestável, escusado será dizer que o resto também é. Se afirma como verdadeiro o que deveria ser demonstrado, a saber que o preservativo é a única proteção contra a Aids.

UM CASO DE PSEUDO-POLILOGISMO
Aqui finalmente um exemplo de pseudo-polilogismo, um artifício sofístico, o qual os dignitários poderiam estudar:
Maior: A Igreja é contra o preservativo;
Menor: O preservativo evita a gravidez indesejada;
Conclusão/Maior: Portanto, a Igreja favorece a gravidez indesejada;
Menor: A gravidez indesejada se evita pelo aborto;
Conclusão: Logo, a Igreja favorece o aborto.
Comentário: Em resumo, a renovação da moral e da eclesiologia cristã não tem nada a esperar da exploração pérfida dos enfermos e de sua morte.

* Tudo aquilo que está entre [colchetes] foi introduzido pelo tradutor para melhor compreensão em língua portuguesa.
1 – O autor se refere a um dos dignitários mencionados no início do texto que defende a tese de que o uso do preservativo é um dever moral se realmente se quer evitar transgredir ao V mandamento nos casos de AIDS.
2 – Petição de Princípio: Do latim “petitio principii”; é uma falácia que ocorre quando a proposição a ser provada (conclusão) se inclui implícita ou explicitamente entre as premissas.

AIDS E PRESERVATIVO

Entre as diversas declarações estampadas no livro-entrevista “Luz do Mundo – O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos”, uma em especial – que trata da liceidade do uso do preservativo – tem causado certo alvoroço nos meios católicos. Erros de tradução, de transmissão ou de interpretação? A discussão permanece.

Para esclarecer as mentes, nada melhor do que rememorar a verdadeira doutrina católica sobre o assunto, proclamada e proposta aos fiéis desde sempre por todos os Sumos Pontífices. Assim fazendo, dissipam-se as trevas – campo, aliás, em que costumam trabalhar os aliados de Satanás.

Com esse objetivo, reproduzimos em nosso blog um trecho do livro “O terrorismo com face humana”, de autoria do Monsenhor Michel Schooyans, professor emérito da Universidade de Louvain, Bélgica. Dispomos apenas de uma versão em espanhol de tal trecho, cujo original foi escrito em francês. Caso alguém se disponha a traduzi-lo para o português, publicaremos de bom grado.

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VERSION EN CASTELLANO.

Autor: Michel Schooyans, PhD, PhLD, STD

El sida y el preservativo

La calificación moral del uso del preservativo es un problema de honestidad científica y de moral natural. La Iglesia tiene no solamente el derecho, sino también el deber de pronunciarse sobre este tema

El sida y el preservativo

Es bien conocido que algunas personas se enfermaron de sida sin haber tenido la menor responsabilidad moral. Esta enfermedad puede haber sido transmitida a causa de una transfusión sanguínea, un error médico o de contactos accidentales. Hay también miembros del personal tratante que contraen el mal al dedicarse a los enfermos seropositivos.

Estos no son los casos que examinaremos aquí. Nos ocuparemos de las declaraciones formuladas estos últimos años y emitidas por diversas personalidades conocidas en el mundo académico y/o eclesiástico, en la mayoría de los casos moralistas y pastores. Los llamaremos dignatarios. Nos abstendremos de citarlos por el nombre para evitar personalizar el debate y para concentrar nuestra atención sobre la discusión moral.

Desconcierto y confusión

Refiriéndose al recurso al preservativo en caso de sida, estas declaraciones han sembrado un profundo desconcierto en la opinión pública y en la Iglesia. Ellas vienen con frecuencia acompañadas de palabras sorprendentes relativas a la persona y la función del Papa, al igual que a la autoridad de la Iglesia. Se encuentran también seguidas por los habituales cuadernos de reclamos con respecto a la moral sexual, al celibato, a la homosexualidad, a la ordenación de las mujeres, de la comunión dada a los divorciados vueltos a casar y a los que realizan abortos, etc. Una ocasión como otra para globalizar los problemas…

Estos dignatarios se han expresado con una indudable complacencia en los medios de difusión al gran público. Allí se expresaron a favor del uso del preservativo en caso de riesgo de contaminación por sida de la pareja sana. La Iglesia debería, según ellos, cambiar su posición a este respecto.

Estas declaraciones provocan mucha confusión en la opinión pública ; hacen dudar a los fieles, dividen a los sacerdotes, debilitan al episcopado, desacreditan al cuerpo cardenalicio, corroen el magisterio de la Iglesia y enfrentan directamente al Santo Padre. Otras, al presente retiradas o muertas, habían ya causado la revuelta en estos dominios. Sin embargo, hoy estas declaraciones han causado consternación, porque la gente espera mayor prudencia, rigor moral, teológico y disciplinario de la parte de estos dignatarios. Influenciados por las ideas a la moda en algunos medios, estos dignatarios se esfuerzan en “justificar” el uso del preservativo armando una argumentación con cosas para todo uso como el mal menor o el doble efecto.

Uno de estos dignatarios hasta llegó a hacer del uso del preservativo un deber moral si se quiere evitar transgredir el V mandamiento. En efecto, según su argumento, si una persona afectada de sida rechaza practicar la abstinencia, debe proteger a su pareja y el único medio de hacerlo, en ese caso, es recurrir al preservativo.

No obstante, semejantes declaraciones sin duda causan perplejidad y revelan un conocimiento incompleto y parcial de la moral más natural y en particular de la moral cristiana. Su manera de presentar las cosas es, como mínimo, sorprendente.

Un problema de moral natural

Palabras reconfortantes pero mentirosas

La argumentación de los dignatarios con respecto al preservativo es de un simplismo inesperado, y recomendaríamos con gusto a los interesados tomar conocimiento de estudios científicos y clínicos que tienen gran rigor antes que repetir continuamente y creer los cuentos desmentidos desde hace tiempo por cualquier asociación de consumidores.

¿Cómo callar que el efecto de contención que parece tener el preservativo es ampliamente ilusorio? Lo es en la medida en que el llamado preservativo es mecánicamente frágil, en que incita a la multiplicación de las parejas, en que favorece la variedad de las experiencias sexuales y en que por todas estas razones aumenta los riesgos en lugar de disminuirlos.

La única prevención realmente eficaz , debe buscarse en la renuncia a los comportamientos de riesgo y en la fidelidad. Desde este punto de vista, la calificación moral del uso del preservativo es un problema de honestidad científica y de moral natural. La Iglesia tiene no solamente el derecho, sino también el deber de pronunciarse sobre este tema.

“El fallo, es la muerte segura”

Ahora bien, las intervenciones de los dignatarios omiten mencionar estudios recientes de un valor científico incontestable, como el del Dr. Jacques Suaudeau. A falta de estar informados de los estudios recientes, los autores podrían al menos tener en cuenta las advertencias anteriores, emanadas ellas también de las más altas autoridades científicas. En 1996, por ejemplo, se lee en el informe del Profesor Henri Lestradet, de la Academia nacional de Medicina (Paris) :

“Conviene […] destacar que el preservativo fue inicialmente preconizado como medio anticonceptivo. Ahora bien, la tasa de fracaso varia en la opinión general entre 5 a 12 % por pareja y por año de utilización.A priori, […] no se entiende cómo el HIV quinientas veces menos voluminoso que un espermatozoide se beneficiaría de una tasa de fracaso inferior. No obstante hay una enorme diferencia entre estas dos situaciones. En efecto, cuando como medio anticonceptivo el preservativo no es perfectamente eficaz, el fracaso tiene como consecuencia el desarrollo de una nueva vida mientras que con el HIV, el fracaso es la muerte segura.”

Considerando a continuación los casos seropositivos, el mismo informe señala que

“La única actitud responsable de la parte de un hombre seropositivo es en realidad de abstenerse de toda relación sexual, protegida o no. […] Si se proyecta una relación estable de pareja, las recomendaciones deberían ser las siguientes : hacer cada uno un test de diagnóstico precoz, repetirlo tres meses más tarde y en el intervalo abstenerse de toda relación sexual (con o sin preservativo). Luego privilegiar la fidelidad recíproca.”

Los dignatarios, autores de las declaraciones que analizamos, harían bien en prestar atención a una conclusión dramática del estudio médico que citamos :

“La afirmación mil veces proclamada (por los responsables de la salud, el Consejo superior del Sida y las asociaciones de lucha contra el sida) de la seguridad total aportada en todas circunstancias por el preservativo está sin ninguna duda en el origen de muchas contaminaciones de las cuales se niega encontrar la causa.”

Se han llevado a cabo campañas internacionales en las sociedades “expuestas” para inundarlas de preservativos. Fueron invitadas autoridades religiosas para dar su eminente patrocinio. Ahora bien, a pesar de estas compañas, y probablemente a causa de estas campañas, son regularmente observados progresos de la pandemia.

En julio de 2004, una de las mayores autoridades mundiales en materia de Sida, el médico belga Jean-Louis Lamboray, renunció al Programa de las Naciones Unidas contra el Sida (ONUSIDA). Motivaba su dimisión por “el fracaso de las políticas para frenar la propagación de esta enfermedad.” Estas políticas han fracasado porque “ONUSIDA olvidó que las verdaderas medidas preventivas se deciden en las casas de la gente y no en el escritorio de los expertos”.

Antes de lanzar declaraciones perentorias, los dignatarios podrían recordar lo que declaraba un medico muy mediático y poco sospechoso de simpatías por las posiciones de la Iglesia. He aquí lo que escribía en 1989 el difunto Profesor León Schwartzenberg :

“Son, sin duda, principalmente los jóvenes quienes serán los propagadores [del sida] ; ahora bien, ellos no son absolutamente conscientes del drama del sida, que para ellos es una enfermedad de viejos. Ellos son reafirmados en esta convicción por la actitud de la clase política, mucho más vieja que ellos y que organiza una propaganda débil : la publicidad oficial por los preservativos parece ser hecha por gente que no los utiliza jamás, para gente que no quiere utilizarlos.”

Los oyentes, lectores y telespectadores no pueden por tanto creer ingenuamente las declaraciones imprudentes que les dirigen los dignatarios, sin arriesgarse a, como ellos, verse acusados tarde o temprano de estar “en el origen de gran número de contaminaciones.”

Un problema de moral cristiana

Además es engañoso afirmar que la Iglesia no tiene enseñanza oficial sobre el sida y el preservativo. Incluso si el Papa evita sistemáticamente utilizar esta última palabra, los problemas morales suscitados por el uso del preservativo son abordados en todas las grandes enseñanzas relativas a las relaciones conyugales y los fines del matrimonio. Cuando se trata el sida y el preservativo a la luz de la moral cristiana, hay que tener presente que recordar ésta comporta puntos esenciales: la unión carnal debe hacerse en el marco del matrimonio monogámico del hombre y de la mujer ; la fidelidad conyugal es el mejor resguardo contra las enfermedades sexualmente transmisibles y el sida ; la unión conyugal debe estar abierta a la vida, a lo que hay que agregar el respeto a la vida del otro.

¿Cónyuges o parejas?

Resulta que la Iglesia no tiene que predicar una moral de la pareja sexual. Ella debe enseñar y enseña una moral conyugal y familiar. Ella se dirige a los esposos, a las parejas unidas sacramentalmente en el matrimonio, que es monogámico y heterosexual. Las declaraciones divulgadas a propósito del preservativo por los dignatarios conciernen parejas, las cuales mantienen relaciones pre o extramatrimoniales, episódicas o continuas, heterosexuales, homosexuales, lesbianas, sodomíticas, etc. No se ve por qué la Iglesia y, menos, cualquiera de los dignatarios investidos de autoridad magisterial, deberían, a riesgo de escandalizar, venir en auxilio del vagabundeo sexual y administrar los pecados de aquellos que, en la mayoría de los casos, se burlan completamente, en la práctica y con frecuencia en forma teórica, de la moral cristiana. “¡Pecad, hermanos, pero de manera segura!” ¡Luego del “Safe Sex” (Sexo seguro), he aquí el “Safe Sin” (Pecado seguro)!

La Iglesia y sus dignatarios no tienen en absoluto por misión explicar cómo hacer para pecar confortablemente. Abusarían de su autoridad si se pusieran a prodigar consejos sobre la manera de terminar un divorcio, ya que la Iglesia considera que el divorcio está siempre mal. Es incluso endurecer al pecador, el mostrarle cómo él debería actuar para escapar de las consecuencias indeseables de su pecado.

De donde la pregunta: ¿es admisible que estos dignatarios, normalmente guardianes de la doctrina, oculten las exigencias de la moral natural y de la moral evangélica, y que no lancen más bien una llamada a un cambio de conducta?

Es inadmisible e irresponsable que estos dignatarios den su aprobación a la idea del sexo seguro, utilizada para dar tranquilidad a los usuarios del preservativo, mientras que se sabe que esta expresión es mentirosa y conduce al abismo. Estos distinguidos dignatarios deberían, por tanto, preguntarse si ellos no incitan solamente a despreciar el VI mandamiento de Dios, sino también a escarnecer el V mandamiento, “No matarás”. La falsa seguridad ofrecida por el preservativo, lejos de reducir los riesgos de contaminación, los multiplica. El reproche de no honrar el V mandamiento se vuelve contra los mismos que lo dirigían a las “parejas” que no hacen uso del preservativo.

La argumentación invocada para intentar “justificar” el uso “profiláctico” del preservativo es así reducida a nada, tanto con relación a la moral natural como a la moral cristiana.

Probablemente hubiese sido más simple decir que si los cónyuges se aman de verdad, y si uno es atacado por el cólera, la peste bubónica, o la tuberculosis pulmonar, se abstendrán de contactos para evitar el contagio.

Objetivo : una nueva revolución cultural

Un error de método

Al comienzo de este análisis, señalábamos que los dignatarios que preconizan el preservativo asocian frecuentemente a su discurso otras causas que aquellas de las “parejas” sexuales previsoras y organizadas. De hecho, se cita en especial ese caso, para cuestionar toda la enseñanza de la Iglesia sobre la sexualidad humana, sobre el matrimonio, luego sobre la familia, también sobre la sociedad, finalmente sobre la Iglesia misma. Es lo que explica en parte la ausencia casi total de interés de estos dignatarios por las conclusiones científicas y los datos de la moral natural. Estos son, sin embargo, las conclusiones y los datos, que los dignatarios deberían tomar en cuenta a la hora de hacer consideraciones sobre la moral cristiana. Ellos quieren incluso revolucionar la dogmática cristiana, pues se reservan el derecho de apelar a sus opiniones para convocar a toda la institución eclesial a una reforma susceptible de avalar su moral y su dogmática. Intentan así participar, en su ámbito, de esta nueva revolución cultural que analizamos en otro capítulo de este libro.

Sin embargo, como estos dignatarios cometieron, desde el punto de partida, un error de método, al despreciar datos esenciales del problema que pretenden tratar, se introducen en un camino resbaladizo. A partir de premisas falsas, sólo se puede llegar a conclusiones falsas. Es fácil ver donde conducen las consideraciones erráticas de los dignatarios implicados. Se las puede resumir en tres sofismas desmontables por cualquier estudiante secundario.

Tres sofismas

Primer sofisma:

Mayor : No utilizar el preservativo favorece el sida.

Menor: Favorecer el sida , es favorecer la muerte.

Conclusión: Por tanto, no utilizar el preservativo es favorecer la muerte.

Este razonamiento retorcido se basa en la idea que protegerse, es utilizar el preservativo. Las parejas sexuales pueden ser varias. La fidelidad ni siquiera es considerada. Supuestos irresistibles los impulsos sexuales e imposible la fidelidad conyugal, el único medio para no contraer el sida es hacer uso del preservativo.

Segundo sofisma:

Mayor: El preservativo es la única protección contra el sida.

Menor: La Iglesia está contra el preservativo.

Conclusión: Por tanto, la Iglesia favorece el sida.

Este pseudosilogismo se basa en una aserción abusiva enunciada en la mayor, a saber que el preservativo es la única protección contra el sida. Estamos en presencia de una petición de principio. Aquí se trata de un razonamiento falaz donde, la primera premisa siendo presentada como incontestable, va de suyo que el resto también lo es. Se afirma como verdadero lo que debería ser demostrado, a saber que el preservativo es la única protección contra el sida.

Un caso de polisilogismo

Aquí finalmente un ejemplo de seudopolisilogismo, un sorites sofístico, el cual los dignatarios podrían estudiar:

Mayor: La Iglesia está contra el preservativo;

Menor: El preservativo evita los embarazos no deseados;

Conclusión/Mayor: Por tanto la Iglesia favorece los embarazos no deseados.

Menor: Los embarazos no deseados se evitan por el aborto;

Conclusión: Por tanto, la Iglesia favorece el aborto.

En resumen, la renovación de la moral y de la eclesiología cristianas no tiene nada que esperar de la explotación pérfida de los enfermos y de su muerte.

Estaremos presenciando a morte da modéstia?

Estaremos presenciando a morte da modéstia?

Sob o título acima, a revista americana “Catholique Online” publica artigo de Jennifer Hartline, católica combativa, esposa e dona-de-casa, mãe de três filhos preciosos. A senhora Hartline faz uma descrição das modas femininas atuais, que dispensa comentários e deixa claro por que Nossa Senhora chora. Traduzimos abaixo tópicos desse importante artigo.

“Estou de luto pela morte da modéstia, doente por ver mulheres ‘se exibindo’ onde quer que eu vá. Isso é tão inevitável quanto lamentável. Entristece-me a sorte dos homens de hoje — pelo menos dos que procuram agir como cavalheiros. Mal podem eles erguer os olhos acima de seus sapatos, sem serem confrontados com mulheres seminuas. Mais do que falta de consideração, isso é irresponsável, desrespeitoso; e se você quiser saber mais, provavelmente pecaminoso.

Mulheres expõem suas prendas em roupas colantes e curtas, que exibem mais do que escondem, mas se mostram ofendidas quando não são prestigiadas pelas suas habilidades e inteligência. Vendem-se como objeto sexual, mas se mostram chocadas quando tratadas como tal.

E não se enganem, moças, quando vocês andam por aí com a metade dos seios para fora da blusa, ou com sutiãs estreitos e pequenos, com blusas sem a parte de trás, com mini-saias, jeans apertados e saltos altos — vocês estão se oferecendo como objeto sexual, queiram ou não. […]

Já é péssimo que a moda feminina adulta esteja voltada para aspectos sexuais, mas o mais lamentável é que isso se tenha estendido às mocinhas. É chocante ver o que se tornou aceitável na moda das jovens. Não se passa um dia sem que eu veja meninas vestidas com roupas que expõem os ombros e os braços, além do umbigo. Roupas que, na minha infância, não me teria sido permitido usar sequer ao sair do banheiro.

Mães protejam a inocência de suas filhas e sua pureza, vestindo-as com modéstia

É doloroso e triste constatar que os pais e mães de hoje não protegem a inocência de suas filhas e sua pureza, vestindo-as com modéstia. As meninas estão aprendendo, em idade ainda muito jovem, que nada há de errado em que seu corpo seja publicamente objeto de consumo, e que sua auto-estima e auto-imagem sejam baseadas na sua capacidade de atração sexual.

Desde tenra idade as sementes da promiscuidade são plantadas, e a partir delas crescem a prática sexual entre não casados, doenças sexualmente transmissíveis, idéias aberrantes sobre sexo, gravidez indesejada, conceitos mórbidos sobre o corpo, relacionamentos destrutivos, corações partidos; e, o pior de tudo, bebês mortos por aborto. Retrocedendo passo a passo, pode-se ver que tudo começa com a falta de modéstia…

Tive recentemente uma troca de e-mails com o presidente de uma empresa de roupas infantis, depois de ficar chocada com o que vi no seu catálogo na internet, onde um maiô para meninas (abaixo de três anos de idade) consistia em apenas dois pedacinhos de tecido imitando joaninhas, presos aos ombros por fios. Muito adequado para exibicionistas do nudismo.

Estamos vivendo numa cultura saturada de sexo e perversões sexuais. Basta um pouco de bom senso para perceber que nossas filhas não devem ficar seminuas em público, mesmo se tiverem apenas dois anos de idade. Um maiô como esse é o sonho de um pedófilo, coisa que não me parece difícil de entender.

A educação de nossas crianças para a abstinência fará reviver com êxito na juventude feminina a modéstia no vestir. Ensinando à menina que seu corpo é sagrado e deve ser tratado com respeito, mostrando-lhe como fazer isso através das roupas que ela veste, será muito menos provável ela tornar-se vítima da impureza.
Vistam-se com dignidade, meninas, e mostrem a si mesmas o respeito que vocês merecem. Quem é cavalheiro compreenderá sua conduta”.(*)
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(*) http://www.catholic.org/national/national_story.php?id=35399

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